sábado, 27 de maio de 2017

Oficina poética com Rosana Banharoli


Tão logo foram chegando os poetas, na tarde deste sábado (27/05/2017), para mais uma oficina poética, parte do projeto Poemas da Cidade, era possível notar o interesse de cada um em ouvir as dicas de Rosana Banhoroli, “jornalista de profissão e poeta por teimosia”, como ela mesma se define, sobre conceitos e técnicas para escrever uma boa obra poética.

 

Certamente o público presente não se decepcionou com a exposição consciente, firme e determinada de uma militante cultural e premiada escritora e poeta. De maneira simples e objetiva, transitou por diversas maneiras de como desenvolver uma boa escrita.

 

Rosana discorreu sobre a poesia livre, seara em que transita com brilhantismo e, com a naturalidade e a beleza com que poetas e poetisas falam das coisas da vida, falou sobre técnicas e instrumentos utilizados para a composição poética.

 

Abordou instrumentos como a Melopeia, conjunto de técnicas aplicadas para criar efeitos acústicos por meio da palavras, responsável pelo ritmo presente nos textos poéticos, tratou também da Fanopeia,  responsável pela metáfora presente na poesia livre, transpondo as fronteiras do imaginário. Depois, tratou da Logopeia, que é a matéria intelectual do poema, o conteúdo da poesia.

 

Ela também chamou a atenção para a necessidade de “focar no cotidiano”, de focar naquilo que vemos, para ela, podemos até dizer o que já foi dito, mas da nossa forma. “Para fazer um poema que funcione, tem que ter o som, ritmo, melodia, imagem, fanopeia, pensamento e logopeia, os pilares para a construção poética de Ezra Pound".

 

A poetisa recomendou ao grupo alguns cuidados, como a atenção ao uso de verbos flexionados, as rimas de meio de verso, a assonância e as aliterações na construção do ritmo da poesia. Por fim, recomendou leituras e autores, hábitos e procedimentos e colocou-se à disposição do grupo para responder perguntas e considerações.

 

Questionada sobre qual a contribuição que a poesia pode dar ao Brasil neste momento histórico vivido nos dias atuais ela não teve dúvidas em responder: “toda... porque a arma do poeta é a palavra”.

 

Ela encerrou lembrando as formas de linguagem que podem ser oral, marginal e erudita com foco principal na contemporânea. Lembrou que a poesia oral está muito presente hoje no slam que é um nome moderno para o que conhecemos como embolada, como repente. A maioria das pessoas que participam do slam são jovens que se desafiam com poesia e com muita criatividade retratam o que acontece no dia a dia das comunidades, no cotidiano, de uma maneira própria, indescritível. É uma poesia marginal, forte, potente, atual e necessária ao empoderamento do jovem, principalmente na linguagem do hip hop, mas que na maioria não se sustenta na escrita.

 

Para nós, da Editora COOPACESSO foi um momento de deleite. Ficamos extremamente gratos a ela, principalmente pela aceitação de ser a autora do prefácio que, com toda certeza, abrilhantará nosso próximo livro. Aguarem!

 

E para quem não participou tem agora a oportunidade de assistir e para quem participou poderá rever este momento único, especial (clique AQUI para assistir). Vale a pena conferir!


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